12/02/2013

Tudo ao Léu


Na longínqua época de 2000/2001, ocorreu um dos mais caricatos episódios da História do Futebol Português. Bruno Paixão, um dos piores árbitros de que há memória decidiu, após um escaldante Académica-Imortal, aplicar o internacionalmente famoso número de sedução, o chamado "Naked Man", apresentando-se "em pelota" frente a elementos do sexo feminino. As presas (foram logo duas, o homem não é de meias medidas), duas agentes da PSP, nomeadamente a agente Fátima, pertencente à Divisão "Escola Segura" e a agente Paula (nome de especial significado para Carlos Secretário), da Divisão de Trânsito. Terminada a partida, Paixão deparou-se com as duas senhoras junto ao seu balneário e certamente terá pensado que seria a fruta do costume, desta vez para desempenhar o papel de "good cop, bad cop", um fetiche antigo do sr. Paixão. Puro engano. As duas agentes não acharam graça à brincadeira, e apresentaram uma queixa-crime contra o "juiz". Vendo o árbitro setubalense vítima do ultraje de uma acusação de atentado ao pudor pelas duas vítimas, o então Diretor Executivo da Liga, o nobilíssimo e impoluto José Guilherme Aguiar, na altura sob a égide da Major Valentim Loureiro (tudo bons rapazes). apressou-se a vir a terreiro defendê-lo, como aliás é hábito no F.C. Porto.

Mas esta história, pese embora rocambolesca e absolutamente caricata, não tem nada que ver com aquilo que pretendo dizer com este texto. A escolha desta capa, deve-se só e exclusivamente ao facto de associar a arbitragem portuguesa à ausência de pudor. O jogo de Domingo demonstrou-nos, mais uma vez, que o Rei vai nu! A falta de vergonha apoderou-se do futebol Português. O que antes eram nomeações de árbitros e esquemas de incentivos bem delineados com o objetivo de aliciar equipas de arbitragem, apenas desmascarados através de escutas aos telefones dos autores do crime, são agora feitas às claras, frente às objetivas das televisões. O Rei, o Sistema, vai nu. Os corruptores decretaram que qualquer jogo do Benfica merece ser arbitrado pelo "Melhor árbitro do Mundo", Pedro Proença. Não sei se Proença é o melhor do mundo na sua função, sei que é indubitavelmente um dos mais competentes. Em cada jogo, tem uma missão, e cumpre-a, custe o que custar, por mais descarada e vergonhosa que seja. Em Portugal como na Europa. Não quero com isto desculpar os 2 pontos perdidos ontem na Choupana de Rui Alves. O empate, inaceitável nesta altura da temporada, deve-se quase exclusivamente à nossa incompetência e aos erros de uma defesa, Artur incluído, que tremeu demais. O impacto da atuação de Proença tem no entanto um alcance mais abrangente. Matic provavelmente ficará de fora nos próximos dois jogos, enquanto o caso de Cardozo é mais grave, quem sabe quanto tempo ficará suspenso, é esperar para ver. Em menos de 5 minutos, O Melhor do Mundo tirou das próximas jornadas aquele que tem sido o nosso jogador em melhor forma, Matic (sem substituto à altura, culpa nossa), e o nosso melhor marcador, Cardozo. O Rei da arbitragem, Proença, vai nu. Veremos se na jornada 29, no jogo que poderá decidir a atribuição do título, não veremos os dois Reis, Proença e o Sistema, a festejarem, nus e despojados de pudor, o tão desejado título, numa imagem já antes vista.

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